Old Style estréia no Rio de Janeiro com imenso sucesso!
No último dia 16 de dezembro de 2023, foi realizada nas dependências do Bangu Atlético Clube, a primeira edição da Copa Proletária de Old Style Buttons.
Também conhecida como “Regra Catalã”, a modalidade é bem avaliada para se tornar em breve a quarta regra oficial da ITFC, entidade máxima mundial no futebol de mesa, que coordena internacionalmente o 12 Toques, o Sectorball e o Chapas.
O torneio teve como objetivo dar aos botonistas brasileiros uma nova oportunidade para a familiarização com a regra, tendo sido apenas a segunda competição de Old Style no Brasil, e a primeira no Rio de Janeiro.
A Modalidade
A modalidade, originária da Catalunha, vem sendo praticada por mais de cem anos, com os primeiros jogos registrados, nos jornais espanhóis, tendo sido realizados na terceira década do século passado.
Com o tempo, e maior interação entre as localidades que organizavam os torneios, principalmente na região metropolitana da Grande Barcelona, as pequenas ligas se juntaram, as regras foram unificadas na década de 90, e houve uma popularização maior da “Regra Catalã”, que culminou no processo atual de internacionalização da modalidade, além da entrada da Federação de Futebol de Botões da Catalunha na ITFC.
Por iniciativa dos próprios catalães, para fomentar a inclusão de botonistas e federações de outros países, a modalidade adotou o nome internacional de Old Style Buttons… Em tradução literal, “botões ao velho estilo”!
No Brasil, a categoria chegou apenas muito recentemente, com a primeira competição tendo sido o Macaca Open de 2022, vencido pelo gaúcho Rodrigo Villanova, que derrotou na final o banguense Marcelo Coutinho por um a zero, e que foi realizado juntamente com o Campeonato Brasileiro de Sectorball do mesmo ano, no Estádio da Ponte Preta, em Campinas.
Com a recepção positiva deste evento pelos participantes, foi iniciado então um projeto para a difusão da modalidade pela Vice-Presidência de Regras Internacionais da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, com o próprio Rodrigo Villanova (atleta do Internacional, de Porto Alegre) como Coordenador Nacional, e o Bangu Atlético Clube como o principal fomentador da prática no país, a pedido dos próprios catalães.
Tradição Importa
O nome da categoria não poderia descrever melhor o jogo: “futebol de botão à moda antiga”. Os equipamentos usados nos jogos foram projetados para remeter às origens do esporte, onde puxadores de móveis e botões de casacos se tornavam jogadores ou goleiros, e botões de camisa eram as bolas de jogo.
Até mesmo os furos por onde se passariam agulha e linha, durante a fixação dos botões em peças de roupa, foram preservados, dando aos times um aspecto distinto do resto das modalidades.
Outra tradição muito forte até hoje, entre os praticantes espanhóis, é a de se referir aos botonistas pelos nomes de seus times, prática que também era comum no Brasil, mas que caiu em desuso, a partir da virada do século.
Dessa forma, por exemplo, se referia a Marcelo Coutinho como Rayo Vallecano, ou Paulão Costa como Valencia, e assim por diante. E neste artigo também observaremos essa tradição!
O Torneio
Logo após um workshop, que contou com a exibição do vídeo da Federação da Catalunha feito especificamente para o Brasil, e disponível no canal do YouTube do Departamento de Futebol de Mesa do Bangu, o torneio começou.
Disputada por oito atletas de três clubes (Bangu, Olaria e Vasco da Gama), a competição teve dois grupos de quatro botonistas, com os dois melhores de cada grupo avançando às semifinais, e os demais disputando o quinto lugar.
Desde o começo, o Rayo Vallecano (Marcelo Coutinho, do Bangu) teve uma performance muito sólida, somando o maior número de pontos da primeira fase entre todos os participantes, e vencendo o grupo A.
Já no grupo B, a tônica foi de equilíbrio, com a primeira colocação sendo definida apenas em sorteio, após uma igualdade em todos os critérios de desempate, onde Maciel FC (Felipe Maciel, do Olaria) levou a melhor sobre o Boavista (Bruno Coutinho, do Bangu).
As Finais
Como primeiros de seus grupos, Rayo Vallecano e Maciel FC jogariam as semifinais com vantagem, e poderiam empatarem seus jogos para avançarem à final. E foi exatamente o que aconteceu!
Em uma disputa familiar de pai e filho, o Rayo Vallecano passou pelo Boavista em um empate sem gols.
Placar que se repetiu na outra semifinal. Contudo o Valencia (Paulão Costa, do Vasco da Gama) quase conseguiu a vaga, ao protagonizar um dos melhores momentos da competição, quando um chute a gol, de alta complexidade, caprichosamente acertou o lado esquerdo da trave do Maciel FC, arrancando alguns suspiros dos presentes.
Na decisão de terceiro lugar, Boavista (Bruno, do Bangu) e Valencia (Paulão, do Vasco) empataram em zero, assim como Rayo e Maciel FC, na final. Como as vantagens de empate eram do Rayo e do Boavista, eles foram os vencedores dos confrontos. O Boavista terminou em terceiro lugar, e o Rayo Vallecano comemorou o título de primeiro campeão de Old Style em um torneio realizado no Rio de Janeiro!
A Disputa Pelo Quinto Lugar
No torneio pelo quinto lugar, o Esposende (Abel Cêpa, do Vasco) venceu seu confronto com o Fluminense (Ricardo Pereira, do Bangu ) por um a zero e, com a vantagem do empate, o Newell’s Old Boys (Bartolomeu Ramos, do Bangu) passou pelo Racing (Luisinho Coelho, do Bangu) e avançou à final contra o Esposende que, com novo empate em zero, conquistou a quinta colocação, já que jogava com a vantagem.
Classificação Final
1º) Marcelo Coutinho (“Rayo Vallecano”) – Bangu
2º) Felipe Maciel (“Maciel FC”) – Olaria
3º) Bruno Coutinho (“Boavista”) – Bangu
4º) Paulão Costa (“Valencia”) – Vasco
5º) Abel Cepa (“Esposende”) – Vasco
6º) Bartolomeu Ramos (“Newells Old Boys”) – Bangu
7º) Ricardo Pereira (“Fluminense”) – Bangu
8º) Luisinho Coelho (“Racing”) – Bangu
Conclusão
A Copa Proletária de Old Style mostrou uma rápida adaptação e um interesse muito grande na modalidade por parte dos botonistas cariocas, criando um clima positivo para o esforço de difusão da regra no Brasil. A intenção agora, durante o ano de 2024, é a de realizar novos torneios em outros clubes do Rio de Janeiro, e continuar a avaliação da expansão, com o objetivo de realizar eventos oficiais já em 2025, caso o progresso seja satisfatório e haja receptividade.
É importante também ressaltar – e exaltar! – a iniciativa do Bangu Atlético Clube, que ofereceu troféus de premiação a todos os atletas participantes, ainda que não tenha cobrado taxa de inscrição, organizando o torneio de forma absolutamente gratuita! Com importantes atitudes proativas como essa, agora só o tempo dirá quão rápido será o crescimento da modalidade no Rio de Janeiro, e no Brasil…
Texto: Felipe Maciel (Diretor de Comunicação de Sectorball – FEFUMERJ)